"Tal como a silhueta de um enorme
dragão, São Jorge ergue-se acima do Atlântico.”
Criada por
sucessivas erupções vulcânicas em linha recta, de
forma alongada e estreita, 56 km de comprimento e uma largura
máxima de 8 km,
com uma costa escarpada que cai quase na vertical de uma altura
média de 700 m,
São Jorge é a ilha mais inexpugnável e a que soube
proteger, como nenhuma outra, a sua natureza, conservando grandes
extensões de laurissilva, vegetação que cobre com
uma beleza pura as suas abruptas costas e profundas e
impenetráveis.
O homem
só conseguiu transformar em terreno cultivável os cumes e
as lombas, onde se encontram, recostados por maciços de
hortênsias, os prados onde pasta o gado que produz o leite com
que se faz o queijo mole e picante desta ilha.
Dos pontos
altos de São Jorge, surpreende-nos a visão das
fajãs, pequenas planícies isoladas que se encontram junto
ao mar, espalhadas a toda a volta da ilha.
As situadas na costa
norte, como a Fajã do Ouvidor, a Fajã das Cubres e a
quase inacessível Fajã do Santo Cristo, são rudes
e austeras, contrastando com as da costa sul, mais acessíveis e
que, devido ao seu clima, se converteram em autênticos pomares,
onde até chegam a produzir-se chá, café, vinho e
frutas tropicais. Seduzem a bela e fértil Fajã de
São João e a Fajã dos Vimes, onde, em primitivos
teares, continuam a tecer-se mantas de tipo tradicional, a Fajã
Grande, onde se encontra a Calheta, vila portuária, outrora com
grande actividade comercial, superada hoje em dia por Velas que, vista
do miradouro da Ponta da Queimada, se estende, tranquila e
próspera, para um oceano balizado pelas elegantes silhuetas do
Pico e do Faial. "